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domingo, 3 de junho de 2012

Mau Exemplo!

MAUS EXEMPLOS

Moradores transformam áreas em lixões

Cerca de 33 mil sorocabanos convivem com o lixo no entorno das residências
sofá velho, televisão quebrada, gavetas, restos de comida, fraldas, animais mortos... Nem o mau cheiro impressiona tanto quanto a variedade de objetos que podem ser encontrados na praça situada próximo à rua Francelina dos Reis, no Conjunto Habitacional "Ana Paula Eleutério" (Habiteto), que foi transformada pelos moradores ao redor em um grande lixão no meio do bairro. Esse tipo de ocorrência é mais frequente em Sorocaba do que se imagina. Basta ter um terreno ocioso por perto que as pessoas jogam de tudo ali. Aqui na cidade, 32.663 moradores convivem com lixo acumulado no entorno de suas cerca de 10 mil residências. E não se trata de sujeira nos contêineres aguardando a coleta, mas sim em terrenos baldios e praças. É um lixo que a própria população descartou de forma inapropriada, onde não deveria. Os dados mostram que a cidade está pior que a média nacional. No país todo, 4,95% das pessoas convivem com esse tipo de lixo, enquanto que aqui o percentual é de 5,4%. Os números fazem parte do levantamento do IBGE, divulgado na última sexta-feira, que revela as "características urbanísticas do entorno dos domicílios", como parte do Censo 2010.
O problema do lixo encontrado na praça do Habiteto é antigo, segundo a dona de casa Elma Rodrigues Henrique. "Eu e minha vizinha limpamos aqui diversas vezes, outros moradores também já fizeram isso, mas em um dia está limpo, no outro as pessoas voltam a jogar lixo tudo de novo. O problema é que aqui não temos contêineres", reclama.

Na última quarta-feira havia apenas um contêiner para servir todas as ruas ao redor da praça. "Já solicitamos para a Prefeitura, mas até agora não enviaram mais e o caminhão de lixo não pega os sacos plásticos ali do chão. Gostaríamos que a Prefeitura tomasse uma providência urgente", afirma Elma, que se diz preocupada com a quantidade de ratos, aranhas e até cobra que já apareceram por causa da sujeira.
Na rua Ministro Moacyr Amaral Santos, no Jardim Imperatriz, próximo ao Parque Vitória Régia, o muro lateral da Escola Municipal "Professora Inês Rodrigues Cesarotti" está pixado com os seguintes dizeres: "Ser humano sujo. Pare de jogar entulho. Ass: Terra". No terreno ao lado da escola, além do entulho podem ser encontrados tênis, chinelo, caixas de leite, entre outros materiais que deveriam estar no lixo. Para a auxiliar de limpeza Rosimar Ferreira de Oliveira é um absurdo o descarte de lixo no terreno, ainda mais perto da escola, oferecendo riscos aos alunos. "É uma vergonha e a culpa é da população, é uma falta de consciência da parte de quem joga, depois ficam colocando a culpa no prefeito, mas são pessoas relaxadas", critica.

O descarte inadequado do lixo não está só nos bairros distantes, mas em qualquer ponto da cidade. Na rua Professora Irene Tienghi Puglia, no Trujillo, um terreno que está abandonado há mais de um ano tem gerado transtorno aos vizinhos. Enquanto uns jogam de tudo ali, outros, que moram bem ao lado, sofrem as consequências, tendo de enfrentar a presença de ratos, baratas e inclusive o temor da dengue. "Eu derrubei uma caixa de água que estava aberta ali por causa disso", afirma Marcos Tadeu Quirino, irmão da proprietária da casa que fica ao lado do terreno. Para ele, o pior são os moradores de rua que invadem a área e os usuários de drogas. "A casa da minha irmã já foi assaltada duas vezes por causa disso", diz. Conforme ele, já foi reclamado para a Prefeitura, que ficou de multar o proprietário, mas a situação continua do mesmo jeito.

Falta de educação 
Se de um lado a Prefeitura tem de intensificar a fiscalização e cobrar a limpeza dos responsáveis pelos terrenos particulares, de outro a população tem de cumprir a sua parte. O professor Paulo Celso da Silva, doutor em geografia humana, não encontra outras palavras para afirmar que a principal explicação para o descarte inadequado do lixo é simplesmente a falta de educação. Conforme ele, deveriam ser realizadas campanhas permanentes de conscientização. "Falta para essas pessoas uma educação que mostre um caminho melhor, que as faça perceber que há outras alternativas para o lixo, afinal esse descarte errado vai ter consequência para elas mesmas e trazer doenças", afirma.

Outro fato apontado pelo professor é que no caso de sofás velhos, colchões usados e televisores quebrados, entre outros objetos, deveria ter um serviço público de coleta para realizar o descarte adequado do material. Na ausência desses serviços, a pessoa tira o objeto de sua casa e se comporta como se agora o problema não fosse mais dela. "O proprietário do objeto coloca na rua e na sua visão já não é mais dele, então ao seu ver, alguém que defina aquilo lá", reitera.

Paulo Celso cita como um exemplo das consequências desse tipo de atitude os casos de dengue. "É possível relacionar a dengue com a quantidade de lixo. Basta chover para ter um problema. Os pneus no quintal ficam com água parada, os baldes, enfim, a pessoas acumulam coisas e nem sabem pra que têm aquilo lá, ao invés de dar o pneu para o borracheiro deixam lá no quintal", critica.

O professor lembra ainda de casos que a pessoa ajunta toda a sujeira e coloca fogo, provocando queimadas. Para ele, pelo tempo que Sorocaba tem como cidade, não se justificaria analisar a questão como sendo um costume do campo que ainda se repete. "Resumindo, a solução seria desenvolver em Sorocaba uma campanha constante de conscientização. Além disso, a Prefeitura deveria oferecer um serviço que retirasse móveis usados e objetos quebrados das casas."

Notícia publicada na edição de 03/06/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 6 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
fonte:Jornal cruzeiro do sul
http://www.cruzeirodosul.inf.br/acessarmateria.jsf?id=392198

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